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Efeitos da piscina terapêutica em paciente espástico com paralisia cerebral

Por Bianca Silva de Morais – Fisioterapeuta – Apae de Monte Sião

A paralisia cerebral, atualmente descrita como encefalopatia crônica não progressiva (ECNP), ocorre devido a uma lesão cerebral no período pré, peri ou pós-natal, alterando, assim, o funcionamento do sistema nervoso central que, por sua vez, irá gerar consequências funcionais na criança, tais como: mudança do tônus muscular, da postura, da coordenação motora e dos aspectos cognitivo e sensorial (FRANCO et al. 2021; SILVA 2015).

A classificação da paralisia cerebral ocorre pelo comprometimento motor, e é dividida em quadriplegia, que é a mais grave - a lesão acontece bilateralmente nos membros superiores e inferiores, afetando também o controle de tronco; em hemiplegia - lesão contralateral, afetando apenas um lado do corpo; e em diplegia - comprometimento bilateral, ou seja, somente membros superiores ou membros inferiores, sendo os membros inferiores mais acometidos que os superiores.

A hipertonia, conceituada como “aumento da resistência muscular à mobilização passiva dependente da velocidade do movimento realizado e ocorrência de hiperatividade dos reflexos miotáticos”,é comumente encontrada nesses indivíduos, e é a causa de deformidades, pois cria um desequilíbrio muscular entre os músculos espásticos e seus antagonistas fracos.

Os profissionais que atuam no tratamento dessas crianças fazem uso de diversos procedimentos em busca de atingir resultados positivos. Entre os objetivos, algo a sempre ser traçado, é a minimização dos prejuízos funcionais da espasticidade, que é o aumento involuntário da contração muscular constante. Essa característica traz sérias consequências ao paciente, como contraturas e deformidades, que prejudicam o desenvolvimento funcional, afetando consequentemente os movimentos. As manifestações podem ser: hipertonicidade, reflexos osteotendinosos exacerbados, espasmos musculares, sinal de canivete (o aumento da resistência é maior ao início do movimento e diminui a partir de determinado momento) e, em alguns músculos agonistas, a presença de clônus, de reflexos cutâneo-musculares patológicos, como sinal de Babinski. (FRANCO et al., 2021; TEIXEIRA; FONOFF, 2004; FELICE; SANTANA, 2009; DANTAS, 2008).

Entre diversos tratamentos com bons resultados para estes pacientes, a reabilitação aquática traz inúmeros benefícios, proporcionando ao paciente um melhor controle dos movimentos voluntários, maior estabilidade para marcha, flexibilidade, força e equilíbrio na aquisição de posturas que não conseguem manter em solo, além disso, com um menor gasto energético (FRANCO et al. 2021; DELIBERATO, 2007).

A hidroterapia faz o uso da água aquecida em temperatura de 27ºC a 30ºC, sendo um fator expressivo para promover inibição de tônus hipertônico de maneira que proporcione o relaxamento muscular durante algumas técnicas e, desse modo, acarreta a redução do tônus muscular.

O principal objetivo da reabilitação nos pacientes neurológicos é proporcionar maior nível de independência do indivíduo nas atividades de vida diárias (AVD´s), e isso são alcançados com a adequação das respostas motoras, com a consciência corporal para tais movimentos, com a prevenção de contraturas, já que os músculos espásticos podem agravar em retrações musculares, com a promoção de equilíbrio e proteção, e com a melhora da dinâmica respiratória. (HERNANDES, 2015).

Portanto, com este artigo, pôde-se observar que a fisioterapia aquática traz a melhora do tônus de indivíduos com paralisia cerebral, benefícios musculoesqueléticos, respiratórios e ao sistema nervoso central e periférico, proporcionando melhora nas AVD´s e qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

1.FRANCO FS, ROMEIRO MG, CARVALHO PF, SOUSA TS, RODRIGUES BRF. Efeitos da piscina terapêutica na modulação dos tônus espástico em pacientes com encefalopatia crônica não progressiva. Disponível em: . Acesso em: 13.05.2022

2.HERNANDES BM, MEJIA DPM. O Beneficio da hidroterapia no tratamento de pacientes portadores de Paralisia Cerebral: Uma Revisão Bibliográfica. Disponível em: . Acesso em: 13.05.2022

3.LEITE JRMS , PRADO GF. Paralisia cerebral aspectos fisioterapêuticos e clínicos. Disponível em: .Acesso em: 13.05.2022

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