A necessidade da avaliação e prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com Síndrome de Down
Por Carlos Alberto Santa Paula – Fisioterapeuta – APAE DE MONTE SIÃO
Cada dia mais nosso país tem se preocupado com a inclusão social de pessoas com deficiências ou síndromes, sejam elas físicas ou neurológicas. De acordo com isso, foi observada a necessidade de um levantamento bibliográfico afim de retratar as alterações e comorbidades cardiovasculares de pacientes com Síndrome de Down, para que profissionais de saúde e cuidadores tenham maior conhecimento, e assim, possam auxiliar com atividades capazes de prevenir alterações futuras por falta de um direcionamento correto.
Pessoas com Síndrome de Down apresentam uma série de alterações físicas, motoras e cognitivas , quando comparados a indivíduos típicos, como: baixa estatura, deficiência intelectual, hipotonia, frouxidão ligamentar, hipermobilidade articular, língua protrusa, boca pequena, palato alto, fenda palpebral oblíqua, orelhas pequenas, nariz pequeno e em sela, prega palmar única, palidez cutânea, pés e mãos pequenos e alargados, cabelos macios e lisos, cifose, protusão abdominal, estrabismo, aumento dos espaços entre o primeiro e o segundo pododáctilos, cardiopatias congênitas, encurtamento do pescoço e excesso de pele, anomalias digestivas, face achatada, displasia da pelve e possíveis problemas associados, que incluem distúrbios em todos os sistemas do corpo, que fazem com que tais pessoas tenham alguma ou muitas dificuldades em seu dia a dia. (SCHWARTZMAN et al., 2003; MURAHOSVSCHI, 2006; DESCARTES; CAROLL, 2009).
Doenças cardiovasculares são alterações patológicas no coração e vasos sanguíneos, podendo estar ligadas a fatores crônicos, agudos e congênitos (BEVILACQUA et al., 2017). Tais patologias, segundo Hill (et. al, 2003), estão entre as maiores causas de mortalidade na população mundial, e os indivíduos com Síndrome de Down apresentam um risco maior de desenvolver esses tipos de doenças.
De acordo com os estudos na área cardiovascular, muitos são os fatores de risco ligados ao aparecimento de tais patologias, sendo os mais apontados: aumento da pressão arterial, sedentarismo, baixa resposta adaptativa de F.C (Frequência Cardíaca) durante exercício. Percebe-se assim a importância da avaliação cardiológica antes do início de um programa de atividades física. (FERNHALL; OTTERSTETTER, 2003; SERON et al., 2015).
Com o levantamento destes dados, foi observada a importância da realização de avaliações cardiovasculares para o início de quaisquer atividades físicas em pessoas com SD para a manutenção de todo seu sistema cardiovascular, levando estes a uma melhor qualidade de vida e diminuição dos riscos, permitindo que a equipe saiba a necessidade destas avaliações para que os pacientes tenham um melhor rendimento e evolução de quadros já patógenos, ou para prevenção de doenças.
REFERÊNCIAS
SCHWARTZMAN, J. S. et al. Síndrome de Down. 2ª edição, São Paulo: Memnon. 2003.
BEVILACQUA, JR. D. E. et al. Doenças cardiovasculares em equoterapia. In: SOARES, D.F.G. et al. (Org.). Equoterapia: teoria e prática no Brasil, Caratinga: FUNEC, 2017. p. 480.
HILL, D. A. et al. Mortality and cancer incidence among individuals with Down syndrome. Archives of Internal Medicine, v. 163, n. 6, p. 705-711, 2003.
FERNHALL, B.; OTTERSTETTER, M. Attenuated responses to sympathoexcitation in individuals with Down syndrome. Journal of Applied Physiology, v. 94, n. 6, p. 2158–2165, jun. 2003.